VANDA ORENHA FALA SOBRE O SEU LIVRO "A ÁRVORE SAGRADA"
"Este é um dos livros da
trilogia de fábulas voltada para o público infanto-juvenil. Faz parte da
descoberta da minha criança e do meu Ser", diz Vanda, - "graças a Kaká Werá, fui compreendendo
o sentido de buscar nas raízes da ancestralidade dos povos indígenas e das minhas
origens, o significado da minha existência. O seu som e seu canto fizeram eco
dentro de mim, e assim nasceu esta obra".
Esta primeira
fábula da trilogia conta o nascimento da Biofilia no Morro Azul e o sentido da
palmeira sagrada – A árvore azul de Tupã – que se inclina sob Rua Paulo VI e
cruza com a Rua Paissandú (Pai Nhamandú – O Silêncio Luminoso), portal de todas
as palmeiras da origem da Biofilia, do Amor à Vida, na tradição ancestral.
SOBRE ELA MESMA
"Eu sou Filha do Vento,
Amante da Vida, Filha da Vida – e faço parte da grande fraternidade humana
Multiversal.
Esta obra está inacabada. Cada ser humano pode
utilizar o imaginário de sua criança, e pelas das asas coloridas de um Grande
Beija-Flor, sobrevoar a sua montanha e nela descobrir a sua Árvore Sagrada
Ancestral. Isto significa lançar a sua semente na Terra e crescer em direção à
Luz. A Biofilia é esta árvore que estou ajudando a semear, com esta obra,
graças aos dons que recebi dos Céus. Minha função é ajudar a difundi-la aqui na
Terra. Como a Árvore Azul de Tupã, podemos nos enraizar sobre a mãe Terra e nos
abrir como copas para o aberto dos Céus. Nossa Terra e nossos Céus não têm
limites: lancemos nossas sementes e cresçamos como árvores que nascemos para
Ser".
CRIANÇAS DA FAVELA DE MANGUINHOS FIZERAM AS ILUSTRAÇÕES
Ubirajara Rodrigues
Para as crianças
da Oficina Portinari em Manguinhos, foi muito
prazeroso participar
de uma atividade radicalmente
nova para elas: fazer desenhos para um livro (Árvore da Vida),
que será lido por
milhares de pessoas. https://www.facebook.com/oficinaportinari.manguinhos/media_set?set=a.364532316957669.85878.100002027103558&type=3 http://www.youtube.com/user/OficinaPortinari?feature=watch
Essa obra de Vanda
Orenha, proporcionou-me construir um plano de aula abrindo espaço
para conversas
e reflexões sobre
tradições culturais, envolvendo conceitos místicos, religiosos,
políticos, sociais,
levando em conta
a diversidade cultural brasileira, evidentemente
incluindo ai as tradições culturais indígenas do nosso
país, que
antes do alcance
da expansão marítima
predominavam nessas terras de santa cruz. Isso, sem perder o foco do Complexo de Favelas
de Manguinhos, situado justamente no cenário – Baia
de Guanabara – da história de Orenha, cuja protagonista
é uma indiazinha que pega carona no vôo de um beija-flor para anunciar a biofilia. Isso
facilitou para o entendimento
dos pequenos desenhistas
da favela de Manguinhos, uma vez
que no exercício
para fazer as ilustrações, retornaram
no tempo e espaço
ao serem informados que a história narrada por
Vanda acontece numa época em
que Manguinhos era
um magnífico
manguezal, berçário
de várias espécies vegetais
e animais, e, que
hoje, além
de ser repositório
das águas poluídas da Baia de Guanabara e receber
toneladas de água
podres dos Rios
Farias Timbó e Jacaré – quase mortos – pela poluição perversa, abriga
numa significativa área
de aterradamento de sua geografia uma população
de aproximadamente 60 mil ou mais pessoas. Local onde a incidência
de pessoas contaminadas por doenças
respiratórias é campeã no Rio de Janeiro.
Uma fábula,
na sua aparente
ilusão, pode perfeitamente
confabular, colaborando para
a transformação da realidade, para
o fortalecimento de um
imaginário que
contribua para uma vida
melhor. Árvore da Vida
é uma fábula com
esse teor.