VANDA ORENHA FALA SOBRE O SEU LIVRO "A ÁRVORE SAGRADA"
"Este é um dos livros da
trilogia de fábulas voltada para o público infanto-juvenil. Faz parte da
descoberta da minha criança e do meu Ser", diz Vanda, - "graças a Kaká Werá, fui compreendendo
o sentido de buscar nas raízes da ancestralidade dos povos indígenas e das minhas
origens, o significado da minha existência. O seu som e seu canto fizeram eco
dentro de mim, e assim nasceu esta obra".
Esta primeira
fábula da trilogia conta o nascimento da Biofilia no Morro Azul e o sentido da
palmeira sagrada – A árvore azul de Tupã – que se inclina sob Rua Paulo VI e
cruza com a Rua Paissandú (Pai Nhamandú – O Silêncio Luminoso), portal de todas
as palmeiras da origem da Biofilia, do Amor à Vida, na tradição ancestral.
SOBRE ELA MESMA
"Eu sou Filha do Vento,
Amante da Vida, Filha da Vida – e faço parte da grande fraternidade humana
Multiversal.
Esta obra está inacabada. Cada ser humano pode
utilizar o imaginário de sua criança, e pelas das asas coloridas de um Grande
Beija-Flor, sobrevoar a sua montanha e nela descobrir a sua Árvore Sagrada
Ancestral. Isto significa lançar a sua semente na Terra e crescer em direção à
Luz. A Biofilia é esta árvore que estou ajudando a semear, com esta obra,
graças aos dons que recebi dos Céus. Minha função é ajudar a difundi-la aqui na
Terra. Como a Árvore Azul de Tupã, podemos nos enraizar sobre a mãe Terra e nos
abrir como copas para o aberto dos Céus. Nossa Terra e nossos Céus não têm
limites: lancemos nossas sementes e cresçamos como árvores que nascemos para
Ser".
Essa obra de Vanda
Orenha, proporcionou-me construir um plano de aula abrindo espaço
para conversas
e reflexões sobre
tradições culturais, envolvendo conceitos místicos, religiosos ,
políticos , sociais ,
levando em conta
a diversidade cultural brasileira , evidentemente
incluindo ai as tradições culturais indígenas do nosso
país , que
antes do alcance
da expansão marítima
predominavam nessas terras de santa cruz . Isso , sem perder o foco do Complexo de Favelas
de Manguinhos, situado justamente no cenário – Baia
de Guanabara – da história de Orenha, cuja protagonista
é uma indiazinha que pega carona no vôo de um beija-flor para anunciar a biofilia. Isso
facilitou para o entendimento
dos pequenos desenhistas
da favela de Manguinhos, uma vez
que no exercício
para fazer as ilustrações , retornara m
no tempo e espaço
ao serem informados que a história narrada por
Vanda acontece numa época em
que Manguinhos era
um magnífico
manguezal , berçário
de várias espécies vegetais
e animais , e, que
hoje , além
de ser repositório
das águas poluídas da Baia de Guanabara e receber
toneladas de água
podres dos Rios
Farias Timbó e Jacaré – quase mortos – pela poluição perversa , abriga
numa significativa área
de aterradamento de sua geografia uma população
de aproximadamente 60 mil ou mais pessoas . Local onde a incidência
de pessoas contaminadas por doenças
respiratórias é campeã no Rio de Janeiro .
Uma fábula ,
na sua aparente
ilusão , pode perfeitamente
confabular , colaborando para
a transformação da realidade , para
o fortalecimento de um
imaginário que
contribua para uma vida
melhor . Árvore da Vida
é uma fábula com
esse teor .